Com certeza você já ouviu falar da guerra comercial entre os Estados Unidos e
a China. O conflito entre as duas maiores economias do mundo começou em
2018 e se estende até os dias de hoje. Nas últimas semanas a tensão
aumentou. As últimas negociações entre os dois governos fracassaram e os
Estados Unidos subiram de 10% para 25% a tarifa de importação sobre mil
produtos chineses. A China, por sua vez, impôs o mesmo percentual sobre
produtos agrícolas e maquinário americano. O que muitos ainda não sabem é
como esse conflito pode afetar outros países, como o Brasil.
Especialistas concordam que, a longo prazo, a guerra comercial traz mais
riscos do que oportunidades. Porém, no curto prazo, alguns países podem ter
benefícios com essa disputa, como é o caso do Brasil. Os efeitos dessa guerra
afetam todos os países, porque quando se trata das duas maiores economias
do mundo, cada desentendimento, ameaça ou nova tarifa imposta a reverberação é
sentida no mercado de ações, no comércio, e no bolso dos consumidores do mundo
É simples entender como algo que parece tão distante pode gerar lucros ao Brasil.
Com o aumento das tarifas fica caro para a China comprar produtos dos Estados
Unidos, assim como os americanos comprarem dos chineses. Porém ambos
precisam dos produtos, por isso é necessário que procurem outros fornecedores para
evitar o encarecimento das importações. É neste ponto que entra o Brasil.
Um exemplo desse impacto no Brasil ocorreu logo no primeiro ano dessa
guerra comercial quando as exportações brasileiras para a China cresceram
35% em comparação ao ano de 2017, gerando uma balança comercial positiva
para o Brasil em US$ 30 bilhões.
Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria, até o momento o
setor brasileiro mais beneficiado com a disputa foi o agronegócio. O Brasil como
terceiro maior exportador agrícola, ficando atrás apenas de Estados Unidos e União
Europeia, é um substituto natural.